Não é segredo que os meios digitais vieram para transformar totalmente os relacionamentos, especialmente dos adolescentes, que passam a maior parte do tempo entre celular e computador. A interação tem acontecido pouco no mundo real. Para se ter uma ideia, o IBGE apontou que no Brasil, em 2014, 136,6 milhões de pessoas a partir de 10 anos tinham telefone celular – 77%. E as redes sociais são a atividade número 1 dos jovens conectados, segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, realizada em 2014 com mais de 2 mil entrevistados entre 9 e 17 anos: 73% deles já acessaram alguma delas.
Para eles, um desafio e tanto entender e fazer parte desse novo mundo de viciados em likes, onde a autoestima é pautada por quão popular você consegue ser nas redes. Sem contar o poder que as ferramentas sociais têm na sensação de pertencimento. Isso pode ser bom em um primeiro momento, mas a pressão é grande. A comunicação por meio das redes, movimentada muitas vezes por selfies, valoriza em excesso a aparência. Já é uma tendência mundial meninas propensas a postar fotos sensuais, em busca de maior audiência.
E onde os pais entram nessa?
Como educar os filhos nessa fase onde eles precisam dar novo significado aos aprendizados da infância por meio da contestação? Sabemos que as novas ferramentas digitais podem criar uma distância ainda maior entre adultos e adolescentes, levando a uma distância também na comunicação.
O primeiro passo nesse processo pode ser reforçar a necessidade de pensar antes de qualquer postagem e incentivar a reflexão: o que eu faria se outra pessoa publicasse algo no mesmo nível?
Exigir senhas por muitas vezes é necessário e tem sido a conduta de muitos pais. Mas não basta neste contexto psicológico da autoconfiança. Relembre quantas vezes for preciso que é preciso o exercício e o controle dos impulsos. E, claro, relativizar sempre que possível a importância do like efetivamente, sem jamais menosprezar seu perfil digital. Para eles, é essencial manter essa persona e uma desqualificação só aumentaria a distância entre vocês.
Fonte: Revista Claudia
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